segunda-feira, 8 de outubro de 2007

simples desespero.

Eu me tornei co-participante das solidões terrenas. Sinto secretamente as lágrimas constantes em rostos esquálidos,cheios de olhos abandonado e sonhos frustrados. Tenho inocentemente um coração pesado, cheio do vazio de transeuntes. Sou o zero a esquerda, sou uma folha a mais caída no chão. Respiro por obra do acaso e piso com cuidado em solos duvidosos que chamam de vida... Não consigo encontrar alento, minha alma é celacanto em meio à multidão usual.

Não me escondo dentro de mim, o frio de meus pensamentos envoltos em solitudes alheias já não me satisfaz, me alimento no secreto de minhas conclusões insolentes,já não conheço virtudes. Sou o sussurro absurdo dentro da discussão, sou o espaço do olhar entre o adeus e o finito. Sou aquela ponta de rancor no meio do amor, sou o medo persistente que assombra o vencedor, o canto que sobe das ondas e afunda embarcações. Sou detalhe. Sou um todo. Sou o simples desespero.

fragmento do livro Simples Desespero - marta silva

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse já é o titulo do livro?

auhauhahue

boa semana mocita =)

Anônimo disse...

É mesmo, tu tinha aqueles livros!!

Quero ler mais.

Anônimo disse...

e eis que no teu sumiço vou te descobrindo em páginas passadas.

uma a uma...
encantando-me