segunda-feira, 22 de setembro de 2008

prece.

Teus braços braços que acalmam minhas angústias, e ardem meus desejos e meus segredos misturados com nossos beijos, os teus traços e meus sorriso em nossos laços que são muito mais que impulsos ou pequenas ilusões. São eternos e recíprocos. São passos de dança em uma música com gosto de ti, de mim, e de nossos corpos juntos num fim de tarde. Pura e simplesmente melódica, macia e flamejante. E nossas preces imploram às horas: ah não passa não vai... e à Deus, com vozes sonolentas e preguiçosas demais para orações elaboradas: ah deixa o tempo pra mais tarde, porque meu lugar é aqui.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

tudo.

Toda a dor descansa nos meus olhos. todos os amores no meu peito. todas as saudades se resumem no meus gestos. e todo sufoco na minha respiração.

Eu e meu coração que é maior que o mundo. eu e esse peso de sentir toda partida de solidão, todo fragmento de desilusão. todo sorriso de paixão, de nervosismo e incontinência de alegria. toda injustiça que corrói o mundo. e tudo que traz cócegas por dentro e por fora do corpo, seja este estranho ou conhecido, celeste ou natural.

Toda dor reside em meu peito, junto com o gosto de amor e liberdade. todo acorde desafinado, toda bossa, todo rock e todo carnaval. todo sorriso armado e toda feição desalinhada. toda nota e todo tom. todo antes e depois. cada lua e cada sol. harpa, violoncelo, guitarra e tarol.

Eu e meu coração, que compartilha as feridas de todo mundo. sentindo a agudeza do Não, e o impulso do Sim. o aperto do peito, o jeito, o desleixo, o ausente e o presente, o ser e o não-ser. o tudo e o todos, o ser sozinho, o ser de ninguem, o ter e não ter todo mundo; o vil, o viril, e eu ali no meio de tudo. no meio da vida e do mais que conhecido, mais do que perfeito, pretérito, passado e futuro do indicativo, subjuntivo e real.

Tudo que é vida pulsa em mim. seja em rima ou em refrão. desse mundo ou não...