Depois que o vento forte passou o que ficou foram algumas flores desbotadas pela rua e um gosto esquisito de saudade, que poderíamos sentir com a ponta dos dedos quando tateávamos os restos dos objetos que foram lançados por todos os lados...e também com o canto dos olhos, que já andavam constantemente com um riozinho raso preso entre os cílios empoeirados e as lembranças asfixiantes do que começou com uma brisa de manhã.
De certo, ficamos mais fortes, tivemos que aprender como se segurar nos tênues fios de vida que nos sobravam, e principalmente encontrar novos modos de carregar escombros deformados, que pelo tanto de lembranças que traziam em si, como tatuagem, ficavam consideravelmente mais pesados...
Do pranto imediato se fez o silêncio mais profundo, ora por respeito, ora por pesar, ora por solidão, ora por cansaço, e algumas vezes por não se conseguir pronunciar algo de válido e coerente diante da bagunça inevitável dos dias, ou noites, não haviam mais ponteiros corretos...
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
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8 comentários:
Obrigado por sua visita ao meu blog, pelas palavras que me deixaram muito feliz. Tudo seu é muito lindo, não saberia dizer melhor que FFF na outra postagem: "... transbordam imagens e sons dos seus textos"... e também amor, vida, superação. Parabéns! Coloquei seu blog em "acompanhar" para ler outros lindos textos. ney.
Acho que seus textos ultrapassam a dimensão da leitura, para saltarem no universo concreto das coisas. São tangíveis! São táteis!
Acredito que o segredo esteja em sua matéria-prima. Mas... Qual seria? A vida?
Fica a dúvida.
Fica a admiração.
Até!
Eu acabo por me identificar, e acho que esse é o lance do escritor.Conseguir com que o leitor sinta o que ele sente.
Sinceramente quero chegar logo a pós-tempestade,e que ela seja só uma lembrança...
beijim.
Incrível... A forma que vc se expressa numa profundidade tão rica e natural.. Sua prosa poética descreve feito melodia os resquícios que ficam no silêncio das almas.. Sejam eles, trazidos por tristezas ou dores que nos ensinam a ver o mesmo sol de todo dia brilhar, com outros olhos bem mais maduros, após uma turbulenta tempestade..
Um bjo
os ventos tem esse poder de transformação que carregam com eles, e que mesmo depois de ir embora deixam algo diferente, bom texto
bons dias
lindo e de poucas palavras
me permito silenciar nessas palavras tuas
sem mt a dizer.
obrigada pelo carinho e pelo presente
beijos
depois das tempestades o melhor é aproveitar o silêncio e o Sol.
gostei daqui moça, voltarei sempre.
=)
a cada vento forte uma nova experiência, de quando 'nascemos de novo' nosso galhos se tornam mais forte e assim sucessivamente...
lindo o blog!
=*
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