Eu te vi chorando atrás da porta. Quis abrir e te abraçar. Quis rir do passado e dizer que estava tudo bem. Quis te oferecer meu colo, meu ombro, minha paz.
Mas segurei as chaves contra o peito, derramei um pranto silencioso, e deixei a luz apagada.
Bateste algumas vezes na madeira com o punho fraco, e eu sentia meu próprio coraçao batendo mais devagar.
Não sei se essa tortura durou horas ou dias, meu relógio ficou na caixa de coisas que tive de devolver, mas depois disso veio o silêncio, e os passos na direçao oposta. Pedi aos céus que desanuviassem os meus olhos e que te levassem em paz por esse caminho desconhecido que existe por tras dessa porta, esse reino que parece crescer de dentro pra fora.
terça-feira, 3 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
15 comentários:
a prática do desapego é algo q ainda venho tentando aprender
faz algum tempo que tenho protagonizado com os versos e a prosa uma especie de namoro mais do que declarado. As vezes acontece algo e eu nao encontro as palavras pra exprimir o que penso, o que quero, principalmente, o que sinto. os psicanalistas diriam: é o recalque de material insciente que causaria desprazer ao consciente e, por isso, não passa pelo blogueio do superego etc. eita. mas as vezes o melhor é nao dizer nada mesmo.
as vezes é assim como vc escreve: quis abrir e te abraçar, mas a porta continuou fechada. as chaves no peito, como se pudessem magicamente faze-lo parar de bater tão depressa. ah, quantas portas há em nós mesmo que nos protegem dos perigos, mas que, por outro lado, nos impedem de ousar levar nossos desejos e sonhos mais sinceros as ultimas consequencias. como cantava o gnzaguinha, a gente nao pode - nao deve, nao merece - ter vergonha de ser feliz.
que estas portas se abram.
quanto ao comentario no experimentando versos, vc já tem seu espaço, sua voz, seu terreno, seus sonhos, seus limites e sua força... mas como o tempo corre, os anos passam, a gente muda e nossos desejos, planos, amores vão mudando tb. eu, por aqui, to lutando pra ter meu espaço, pra fazer ouvir minha voz, pra nao sufocar no meio de tanta dor, miseria, violencia, desigualdade.
quanto mais ando e pedras encontro no meio do caminho, mais eu tenho a certeza que na vida a gente tem que lutar pra ser feliz e o que há de mais precioso é o amor.
abraços martinha, até a proxima
Tenho muito que aprender :(
lindo dia flor
beijos
Muito bom Martinha.
É difícil esse negócio d desapegar mesmo.
Penso q o primeiro passo é o principal, e é decidir isso, escolher isso, pois as vezes, por mais q agent saiba q precisa, dentro d nós não keremos.
Tomar umas decisão exige coragem e determinação.
E isso é bem difícil quando a vontade q agent tem é d abrir a porta.
Eu confesso q geralment não aguento por muito tempo apertar a chave ao peito, e abro logo a porta, mas td na vida tem um tempo né?
Me identifiquei muito c isso.
Bjão.
não sei porque, mas me senti aguniada lendo isso!
beijos
Nossa, pesado isso..uma coisa difícil o desapego.
Um fim-de-semana maravilhoso pra vc!
Bjos,
Paulinha
Lindo! Coisa da qual me identifico muito, apesar de praticar pouco.
Que lindo :)
É a famosa frase razão x coração, às vezes temos que seguir o primeiro, já que o coração nos mete em muitas enrascadas.
Beijos
Certas coisas são mto difíceis de se desapegar outras impossíveis..
Bjs!!
=1
AlyCampos:
Venho lendo teus textos a algum tempo discretamente, por trás do telão, como quem não quer nada. Cada palavra, prosa, verso, linha... e pensamento que sai de ti concerteza vem de dentro de alguém que sente o que escreve. Parabéns prima e ainda que tenha, talvez, parecido pra ti que não estive por perto no memento díficil que passaste, eu estava aqui ao seu lado. Você é um anjo do senhor, suas asas assim o delatam! O senhor tem coisas concerteza maravilhosas pra ti..PS: Foi sobrenatural o louvor do último domingo!
A carga de emoção é muito forte.
Parabéns. Construção linda.
Sei que é chato quando alguém diz, mas talvez goste de conhecer.
Tem uma música do Nenhum de Nós que lembra um pouco tua história.
Se não achar fácil Internet a fora, me manda um e-mail que eu te passo. Acho que vale a pena.
SOBRE AS MÃOS
Com se disso dependesse
a vida de alguém
ele ficou sentado
sentado sobre as mãos.
Sentado sobre as mãos
Observando a escuridão
fingindo não ouvir
que ela batia na porta.
fingindo não ouvir
que ela batia na porta.
As manchas de luzes dançavam
gemendo por baixo da porta
O que ela poderia ver
Que fosse mesmo verdade?
Às vezes se chora por nada
Sentir a dor por alguém
Ele sentia por ela
Enquanto ela batia na porta
O tempo ardia em seus lábios
Queimando o terceiro cigarro
Seu peito pulsava nervoso
enquanto ela batia na porta.
Os dedos cortados das mãos
As mãos perdidas dos braços
As pernas de um grande covarde
que tremiam na escuridão.
Às vezes se chora por nada
Sentir a dor por alguém
Ele sentia por ela
Enquanto ela batia na porta
Ele sentia por ela
Enquanto ela batia na porta
(Composição: Sady Homrich, Carlos Stein, Thedy Corrêa)
tua fã!!!!
:*
Marta, te conheço de outras visitas, e me emociono com seus textos. Parabéns.
A arte do desapego é algo que ainda preciso aprender. Por aqui só me sobram cacos de luz.
Beijo
Muito complicado desapegar, explicar como fazer é mole...pros outros!!!!!
Eu vivo brigando com meu lado passional...
Muito lindo seu texto.
beijocas!!!
lindas suas linhas do desapego, essa coisa meio agonizante e ao mesmo tempo tão necessária...
obrigada pela visita e pelas palavras, seja sempre bem vinda.
bjos
Postar um comentário