terça-feira, 18 de maio de 2010

Conclusão

Na dança do tempo só você não percebeu a finitude das coisas; o amarelo nas fotos, o branco dos cabelos, o bege das promessas e o cinza das letras antes em negrito, tudo se esvaindo por entre a corrida dos dias e das horas que hoje fazemos questão de contar. Palavras soltas no vento, juras que esquecemos de anotar, e que já nem acreditamos tanto assim... a poeira nos móveis, o cansaço das línguas, e a mesmice dentro dos olhos da vontade anestesiada de um dia recomeçar.

8 comentários:

manoeldc disse...

Texto sucinto,porém denso em seu conteúdo profundo. Ao lê-lo, não pude deixar de sentir a nostalgia que o tempo deixa carimbado em nossa memória,quando restam só as lembranças esparsas e desbotadas nas dobraduras da sucessão de fatos ocorridos na existência de todos nós...
Parabens

ney disse...

Sim para a ordem natural das coisas, o texto é bem realidade. Mas se deu comigo uma infância e juventude de viver intensamente tudo, as ruas, bailes, a prosperidade encantada dos "anos dourados" etc. Vieram os filhos, netos, conquistas, mas num ritmo bem acelerado, tanto que às vezes nem dava para vivenciar essas belas etapas, a roda viva não parava.
Agora na velhice já deu para desacelerar, perceber melhor esses mesmos caminhos. Sair da via principal e conhecer cada cidade, as pessoas. Não fui para o exterior, são muitas circunstâncias e limitações, ampliei os horizontes dentro e em volta, a aposentadoria digna permitiu. Achei que valeu, senti como um recomeço.
Desculpe escrever muito, mas é sinal que estou mesmo vivenciando as etapas, dizendo, trocando, aprendendo. Abraço/ney.

Deisily de Quadros disse...

A Lua sempre chega para pratear o cabelo... Que bom que voltou!
Beijo.

Pequena Poetiza disse...

cançasos rotineiros
que nos consomem e nos fazem perder referências.

fazer uma faxina de vez em quando faz bem.

beijos

Lina. disse...

De tão nostálgico, fez-me lembrar de "Sonho de valsa, dancei", do João Ricardo, da banda Secos & Molhados.

É tão comum nos flagrarmos recordando que, muitas vezes, nós não nos damos conta da importância desse processo - é preciso lembrar para saber por onde começar.

Gostei bastantão!
Até!

Luciano Martini disse...

Uau ! Marta, teu nome é intensidade...

Poems and Coffee disse...

Muito obrigado, estou no inicio dessa vida ainda, tento melhorar, estou sem tempo .quero postar coisas novas em breve...
Te mais...

JONES DANIEL GIOVANELLA disse...

Então ficamos a mercê do ócio, ser incolor, que nos presenteia com emaranhados de palavras, entranhas não vivas.
Silêncio, aqui observamos em busca de soluções para a mesmice, o que foi, é e continuará sendo.
Então tudo será o que esperamos que seja, mais do mesmo repete-se.
Roda viva.

Um pitaco nostálgico para emoldurar o que escrevestes, ou não.

Muito bom, até mais.