Hoje, quando acordei, tive medo de minha existência escorregar para baixo da cama. Segurei com força um tantinho de ar que me restava, apertei o colchão com dedos, e clamei aos céus e terras que o mundo parasse de girar.Gritei a minha alma delgada que não se fosse, por favor não. E chorei algumas lágrimas de desespero jurando coisas que não sei se posso cumprir. Meu corpo parecia está sendo esmagado e eu me apegava aquela pontinha de ar. Peito arfava. Pernas se contociam. Dedos já quase brancos por não aguentar segurar.
E enfim, larguei.
Um silencio. Um cicio antigo, amigo, entrou no meu quarto, eu ainda de olhos fechados senti o sussuro que passou pela minha nuca, entrou pelo meu ouvido, acordou os poros da minha existência com afeto e deixou um cheiro bom de novidade pela minha boca.
Quando abri as pálpebras já doloridas tive medo de ter sumido de vez...então... senti o calor de alguns raios de sol que deixavam meu quarto dourado, vi a poeria dançando na luz, e quando estiquei meus olhos para a porta...minha alma tinha um sorriso de criança e me chamava veementemente para um novo dia..mais uma vez.
fui.
Há 3 meses