quarta-feira, 31 de agosto de 2011

tardia

quando nasço tardia, abrindo os olhos cansados e respirando ar antigo (daqueles misturados com bolor) me encontro com a dor caduca que por vezes conversa comigo pela madrugada... conto a ela que quero caminhar com a graça dos vivos que sorriem por pertencerem a corpos viris. quero viver sem ter vergonha de expor minha alma pelos meus olhos. quero ter voz suficientemente forte como o tamanho dos sonhos infantis. quero a inocência muda de acreditar no novo,de novo.
Quando eu renascer em cores vivas, minha dança ofuscará a dor do mundo. meus passos farão brotar flores que envergonharão o famigerado caos. quando eu renascer nas dimensões do universo trarei nome de rainha humilde, e voz forte e gentil. serei inconfundivelmente: eu.
enquanto isso, tardo na cadência de ser mais um.

3 comentários:

F.F.F. disse...

Nossa vida se resumi a isso...

- E esperança de renascer na plenitude de uma nova e radiante existência...
- E na dor de viver nessa finitude da nossa (co)existência onde somos somente isso, nós msms...

e o mundo é grande d+...

clap, clap, clap... perfeito...

Deisily de Quadros disse...

O Renascer... será eterna esse desejo?

Madamefala disse...

Expor minha alma pelos meus olhos....tão lindo isso, me reconheci nessa frase.Sabe o que mais gosto de ler nos outros??? eu.
Rs.
Reconhecer pedacinhos de mim nessas linhas é muito bom.É como se eu vivesse por aí e ao mesmo tempo...

beijosss