terça-feira, 20 de dezembro de 2011

uniformidade.

quando a água brota rosas novas no meio dos galhos ressequidos.. a força da beleza avança pelo concreto. é dança nos pés, é cor nos olhos, é ritmo no peito, é novidade nos lábios.
quando os corpos desconhecidos se dançam e cantam em unidade, o asfalto estremesse, a natureza grita de felicidade, e as sarjetas fazem festa porque não há escuridão escura o suficiente para luz de vozes uníssonas.
quando as espadas viram ancinhos, quando metralhadoras viram livros, a vida surge no opaco dos dias e a Terra inteirinha se enche de paz.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

de quando a verdade apressa a hora.

o coração bate na frequência onde a vida faz sentido. tudo em volta tem mais luz e um sorriso é uma razão.
visão aprumada, não há mais minutos a perder no mundo da insanidade, aquela máquina de fazer sempre o mais do mesmo.mentiras repetidas de geração a geração.
quando a verdade é suficiente, a graça no olhar levanta mortos(aqueles que nao acreditam mais nas cores).
vamos derrubar muros, vamos viver nos jardins.
e a fome se cala. e a dor cessa. e o choro míngua.todos estão convidados.
as horas valem a pena, porque quem tem vida..tem pressa em amar.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

asfixia.

as grades apertadas demais na frente dos condomínios de luxo. o medo de olhar pra o lado na rua. os passos rápidos em direção contraria ao outro. o distanciamento necessário dos corpos.
breu.terror. sangue espalhado em horário nobre.
pesos nos lábios. mãos atadas. respiração pesada.olhos opacos.
um pouco de descompromisso e uma arma de bolso.nervos à flor murcha da pele.
escola do desaprender diário. e a impossibilidade de ser. repetições, repetições, repetições...

procura-se alguém que fale a verdade.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

inconformidade.

da verdade de verdade fica o gosto de paraíso impregnado nos poros. uma pequena porção da eternidade muito menos complexa traduzida em um abraço, e um sorriso e uma conversa que começa na madrugada e já não tem hora pra terminar.
somos o povo mais feliz do mundo, mesmo com a lágrima da miséria presa mais próxima da retina... somos o suspiro de alívio.o toque de gentileza.olhamos nos olhos. cantamos com o corpo.temos o sol estampado no rosto.
e no revés do cinza colorimos a cidade morta com a verdade de verdade que tem todas as cores e formas, mundos e fundos, distancias e proximidades e vibra junto com o universo por mais.muito mais.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

do infinito dentro dos teus olhos marejados.

tu falavas poesia, e seguravas a minha mão.
me olhavas como quem encontra a eternidade e rimavas sonhos com nossos nomes.
tentamos encontrar algumas palavras novas e rimos das horas a nos perseguir inutilmente...
ali..dançamos à luz da retina divina e juramos o amor sob o céu de nossas bocas.
elo marcado nos dedos, lábios, mente e coração...

me deixa morar dentro dos teus olhos?

sábado, 3 de setembro de 2011

lume.

é de morrer aos pouquinhos não ver o sol se pôr pelos teus olhos, é de não querer viver mais perder o tom da tua voz..doce, firme, incandescentemente minha.
e se for pra provar da eternidade que seja através dos teus lábios. se for pra caminhar um pouco mais... nos teus braços ter companhia.
a vida se dobra em milagre quando descubro de novo,todo dia, mil razões para te amar.
e tudo se converte em novidade, ritmo e compasso. dançamos a meia-luz, luz por todo lado.
e eu adormeço e acordo em você.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

tardia

quando nasço tardia, abrindo os olhos cansados e respirando ar antigo (daqueles misturados com bolor) me encontro com a dor caduca que por vezes conversa comigo pela madrugada... conto a ela que quero caminhar com a graça dos vivos que sorriem por pertencerem a corpos viris. quero viver sem ter vergonha de expor minha alma pelos meus olhos. quero ter voz suficientemente forte como o tamanho dos sonhos infantis. quero a inocência muda de acreditar no novo,de novo.
Quando eu renascer em cores vivas, minha dança ofuscará a dor do mundo. meus passos farão brotar flores que envergonharão o famigerado caos. quando eu renascer nas dimensões do universo trarei nome de rainha humilde, e voz forte e gentil. serei inconfundivelmente: eu.
enquanto isso, tardo na cadência de ser mais um.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

traço.

do laço apertado dos teus braços vivo o sossego (quase utópico) de ser eu. nas linhas infinitas de nossa história navegamos confundindo-nos com a paisagem (luz).
eternidade escrita em traços inauditos, vibrantes, de sangue-lágrimas que conquistamos. hoje temos riso solto, passos leves e asas seguras.renascentes.trazemos nos olhos a suficiência do oxigenio da graça.suplantamos a cadência da fatalidade. vivendo a velha verdade que o amor vence(novos em folha, em verso).


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

da necessidade absurda de existir.

um gole de vida passando por entre as veias, o sorriso inesperado no fim da tarde. o toque arrebatador na superfície da pele alcançando a mais profunda epiderme da alma. olhos de arrebatar tristezas. e o grito existencial aos sete cantos do mundo (meu mundo).
A irresistível sensação de sobrevoar acima dos precipícios. o lugar preferido. e a impossibilidade de recorrer a dicionários.
superiormente interessante. interessantemente superior.
do pouco que se diz...torna-se piegas. e da existência que se tem... torna-se resposta.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

seja bem vindo.

no reino da hipocrisia o amor se oferece com câmeras fotográficas, em sorrisos amarrados entre os dentes tratados com branqueador internacional. no reino da hipocrisia há facas em cada costa e uma mão estendida diante do corpo distribuindo simpatia a todos por alguns minutos (por gentileza, nao se prolongue). no reino na hipocrisia palavras são armas poderosas, discursos são troféus e você sempre é o primeiro..logo depois de mim (obrigado). No reino da hipocrisia melindre é lei, e gratidão vem com holofotes emocionados, lágrimas compradas nas lojas mais caras e rasgação de seda...da China. no reino da hipocrisia somos todos um. Uma só familia linda, limpa,sincera e educada, que carrega no bolso uma porção de segredos alheios como chaveiro. e sem vergonha declaramos uns aos outros: Querido (idiota), eu amo você.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

ventura.

tu surgiste como rosa no meio do concreto.impossível. improvável. chegaste tomando todos os espaços tão vazios...
apareceste como um suspiro bom no meio do sufoco. vivificante.revigorante. o impulso necessário para o pulmão voltar a viver...
e como se soubesses das historias por trás das cicatrizes beijaste uma a uma jurando que nunca mais elas voltariam a latejar. lavaste com lágrima meu rosto sujo de passado, e rimaste nossos nomes com sonhos que julguei extintos.
nasceste como um segredo.suave.pessoal. arrebatando como música e trazendo à boca um gosto bom de sossego....
brilhaste por dentro dos meus olhos outrora tão opacos e falaste que de mãos dadas poderíamos voar...
confesso que daqui de cima a vida se faz em cores diferentes, e tudo em nós hoje transborda eternidade.calma.serena.tranquila.

segunda-feira, 21 de março de 2011

porém.

nós, porém, que somos do dia trazemos o sol nos olhos, espalhamos música ao invés de pranto, e entregamos girassóis e esperança aqueles que outrora cativos, viviam (como nós) encurvados com a chuva sobre os ombros.
nós, porém, que somos do dia lutamos armados com paz num cativeiro de guerras e fogos, sorrimos onde tudo parece loucura, e gritamos BASTA! a toda e qualquer injustiça.(incansáveis)
nós, porém, que somos do dia, tivemos também os pés atrofiados, no agora subimos com asas como de águias, corremos sem fatiga, e respiramos novos céus e nova terra ansiando o dia em que tudo será dia, como nós.