quinta-feira, 23 de abril de 2009

Viagem.

Então eu sento na minha cadeira cativa, onde o ângulo perfeito da minha janela continua sempre a me esperar. Inspiro o cheiro do café, tão meu, passo a mão sobre os relevos da capa do livro-do-dia, como que esperando que suas poesias morem em mim como tatuagem.
Introspectiva, sinto a mente borbulhar, memórias, realidades, fantasias, sonhos, danos, dores, choros, risos, saudades, vontades, e suspiros assumem seus postos, se seguram no meu corpo, nos meus cachos e nos meus olhos cansados, e decidem embarcar comigo nesta viagem, tão minha.
Fecho os olhos, sussurro à Deus orações avulsas, tão verdadeiras, e no interior do meu interior me cubro de silêncio. Somento eu no meu sossego hermético consigo enxergar coisas impossiveis a olho nu. Aqui não tenho máscaras, tão irreais, e minha nudez pálida é crua e sincera.
Depois levanto com horizonte saltando dos olhos e abraço a vida com gosto de aventura nos lábios.