segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Despedida

Você veio andando na minha direção mas olhando distraído para o outro lado, percebi que mastigavas rosas vermelhas e tentei (em vão) me aproximar.
Passaste por mim direto, cuspindo as flores na calçada, comentando um par de honestidades sobre o tempo, o vento, a cor do dia...que talvez terminasse em chuva.
Sem entender muita coisa...segurei meu coraçao nas mãos, bem na frente do corpo, e lancei-o as núvens...esperando que dessa vez as asas estivessem enfim mais fortes.
Um cheiro novo invadiu a praça e eu sorri vendo girassóis e margaridas dançando em passeata. Decidi seguí- las. Te acenei um adeus meio timido, meio rouco, e tu sorriste com um ar de compreensão, abraçando um outro caminho da encruzilhada.
Depois disso a música das flores me tomou de dentro pra fora, era uma solo, uma dança de novidade, e nos lábios um gosto bom de lembranças guardadas em caixas de doce.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dorzinha.

Tudo que eu queria hoje é que tu tirasses essa tristeza dolorida do meu peito. Agudinha. Fina. Pesada. Sufocante.

Que você contasse uma de suas histórias mirabolantes até meus olhos fecharem, embalando a minha alma na brisa do entardecer, susssurando poesias e versos e cançoes doces sobre mundos paralelos e primaveras que não se despedem.

Tudo que eu queria era que tua mão suave arrancasse esse câncer do meu peito, e com ele fosse embora meu olhar triste, meu andar pesado, e meus meios-tons que fazem minha voz desafinar.

Tudo o que eu queria hoje era que essa dorzinha virasse passado. e que flores do campo invadissem meu quarto cantando uma cançao nova... de levar mágoa, pesar, tristeza, maldade, sofrimento do mundo, crimes, doenças, inveja, ciúme, ...de levar tudo embora pra nunca mais voltar.