sexta-feira, 30 de novembro de 2007

tua presença.

É leve a tua presença. tão leve que me leva a sonhar...
fico parada no tempo lendo teus passos,
vendo teus versos, prevendo tuas rimas,
sendo tão manto, tua saída.
te vejo flutuando na minha frente,
tua dança solta ritmada pela existência.
despreendia forma de viver, tons leves nos teus traços...
Quero respirar esse teu ar que não pesa.
Quero ver esse mundo tão livre através dos teus olhos.
Quero soltar luz pelos poros
e ofuscar o mundo de mãos dadas contigo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

um só.

A primeira vez que senti tua mao envolvendo a minha, me peguei pensando (e rindo sozinha)... como nossa pele combina, e como uma luva macia a tua mão pertence a minha, e a nossa textura faz um contraste poético. Como a luz dos teus olhos, quando encontra com o meu, cria um cenário tão vivo, tão cheio de cor, e milhares e milhares de estrelas surgem quando você sutilmente sorrir.
É o barulho da chuva no asfalto, é a magia da lua feita de mel, é o silêncio que envolve,é uma dança no céu, é o momento perfeito quando estamos nós dois. a sós.
A primeira vez que senti o aperto seguro do teu abraço, o teu corpo contra o meu, teu coraçao me contou tantos segredos... eu quis que teu perfume fizesse parte de mim, que teu sangue escorresse por entre minhas veias, e que teu ar invadisse o meu pulmão.
Naquele espaço delicado de nossas bocas, aquele doce abismo de desejo, que sussurro oraçoes diárias esperando que acabe, e que seja, enfim, corpo, sonho, calma, alma, nomes, passos, traços, laços, perfumes e lábios, como um só.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

sorriso sincero.

ah sorriso sincero
como eu senti saudades de ti.
andaste longe, tao distante
cheguei a pensar que desistira de mim...
ah, sorriso sincero, meu sorriso secreto. meu.
aquele sem peso, aquele mais bonito, firme e constante.
aquele que vem de dentro, aquele sem-vergonha, certo, sutil.
ah meu sorriso..
como eu tive saudade de ti.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

o nada.


Antes... nao tinha nada...
entao Deus se sentiu sozinho e criou tudo.
O nada, por sua vez, ficou com bastante inveja e
resolveu ocupar a criaçao preferida de Deus.
Ele se alojou bem no centro do peito,
e encheu de vazio o coraçao do homem.
que na verdade, sem entender a histoória direito,
deu ao nada o nome de solidao.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

a vista.

Eu fiquei olhando para o espaço, aquele infinito de nuvens e pontinhos luminosos, recriando compassos absurdos, ilusoes sobre o céu, quimeras sobre a terra, inventando situações mirabolantes e rindo de teorias e fantasias, era evoluçao, e criaçao, era relatividade e gravidade, existencialismo, e determinismo, teoremas e regras de 3.
Eu observei as linhas tortas e incompletas, trópicos e meridianos, carregando sobre os ombros as estações. Flores e folhas secas, graus abaixo de zero, vento quente de verao.
calei e testemunhei os raios de sol.
e em silêncio escrevi segredos na areia.
desenhei traços e caminhos brilhantes de uma estrela a outra, esbocei uma viagem que começaria de dentro para fora.
engoli a seco o nó na garganta, sonhei com a lua e adormeci sob o orvalho.
olhando em volta percebi que continuava, como sempre, sentadinha em solidão olhando a vida pela janela...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

inquietação.

Entao, fiquei brincando com aquela inquietação dentro de mim. Fiz movimentos exagerados com as mãos, gesticulando desordenadamente. Levei os dedos aos cabelos, os penteei, os descabelei, quase os arranco, confesso. Eu andei descompassadamente; eram passos vãs por nao terem um fim.
Eu variei os tons de voz, gritei impropérios, e sussurei sentimentos controversios, cuspi declarações e confissoes diversas, como quem tenta arrancar algo de tantos anos de dentro de si.
eu brinquei com aquela inquietação por horas.
Ora ria por nao ter mais o que chorar.
Ora chorava pela consciencia do nao-rir.
Sentei na penumbra. Corri para luz.
Pulei da cama assustada.
Me recolhi em silencio a esquina do meu quarto. meu mundo.
A inquietaçao crescia. E meus olhos vagueavam pelos cômodos com terror.
Movimentos desconexos.
Frases mudas.
Gritos de silêncio.
Era um mistura desconhecida.
Por isso, eu brincava com pavor, eu brincava curiosa, entretida com aquela velha inquietaçao em forma de novidade.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

etérea

eu sou etérea.
uma novem de brisa e algodão-doce.
um gosto suave de vento de manhã tocando nos lábios,
doce como maçã do amor.
o sussurro de paixão ao pé do ouvido em uma música de ninar pra até gente grande gostar.
o suspiro profundo que desata os nós do tempo pesado demais.
a cócega no coração que tem batida de festa.
o aconchego do abraço quente na virada do dia.
eu sou o sabor da palavra e da musica.
o riso sincero da piada sem graça.
o som da vida quando se acorda nao estando dormindo.
o frio na barriga na descida da ladeira.
o espaço, o inicio e o fim da linha.

obrigada.

primeiro
gostaria de agradecer pelos lindos presentes que me deram..














Fiquei muito emocionada de recebê-los.
e..gostaria de passar o



(que eu ganhei da ANA.
... blogs que me fazem pensar sempre que os visito.)

PARA:
Infinito Particular
Entretantas,eu
Por que cargas d gua?
Coisas da Gaveta
Amenidades


Obrigaaaada!
;**

terça-feira, 13 de novembro de 2007

aquela dor.

Confesso que tive medo de perder aquela dor. Por anos eu me resumi àquela pontada segura entre o peito, sem ela o que seria de mim...?
toda noite a certeza de que esse cancer iria me acolher na cama, e iria me envolver com seus braços crueis, mas..eu nao mais dormiria sozinha.. Pela manhã o beijo amargo da dor de existir, latente, pulsante, exibia diante dos meus olhos meu fracasso presente nas minimas açoes do meu cotidiano. Tive medo de perdê-a. por mais insano que isso possa parecer, ela era a unica que respirava comigo no meu terror de viver; ela me alimentava, suprindo-me com lágrimas de fel, ácidas, misturadas com o prazer de sofrer, choramingando compulsivamente no escuro, abraçada com minhas pernas contra o meu corpo. Um feto. um Ser. um Só.
tive medo de nao mais ser eu se ela se desprendesse de mim.
Quase morro como em uma mesa de operaçao ao sentí-la se desprendendo do meu peito, se despedindo da minha mente,dessaraigando-se dos meus pensamentos, soltando-se lentamente da minha vida. como um suspiro repentino de um asmatico que encontra uma fina camada de ar para se segurar.
e eu... eu tive medo de perdê-la. Apesar de saber que tavez tudo seria melhor sem ela, eu seria novamente um recem-nascido, aprendendo a sentar, a falar , a calar, a sorrir com ou sem razao, eu teria que dar novamente primeiros passos, e pra falar a verdade, eu ate ansiava pelos primeiros tombos na esperança dela voltar pra mim..
eu tive medo de perdê-la;
hoje já respiro ar como um presente. e nao apenas como uma casualidade...
Enfim entendi que a vida nao foi feita pra se morrer todo dia.
quem sabe um dia ela volte e encontre um eu diferente.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

suficiente.

tem vezes que simplesmente nao é suficiente correr para cama e colocar o travesseiro contra o rosto, soltando um grito abafado, o grito mais sufocado, o mais oprimido, e real..
tem horas que simplesmente nao é suficiente parar na frente do velho espelho repetir como um mantra todas aquelas frases prontas daquele livro de auto-ajuda escondido debaixo do colchao.
tem vezes que nao é o bastante tomar aquele banho demorado só pra chorar sozinha deixando as lágrimas se confudirem com os pingos gelados.
nao é suficiente... simplesmente nao é...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

(Fernando Pessoa)

Enquanto não superarmos a ânsia do amor sem limites,
não poderemos crescer emocionalmente.
Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão,
continuaremos a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é necessário ser único.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Exatamente abstrata.

Tente me tocar...

Estou fora de alcance.

Tente me entender...

Eu sou o insondável.

Muito além de explicações.

Uma evolução secreta e segura.

Viva.

Tente me prender...

Tenho asas tatuadas em minha alma.

Tente sufocar minhas palavras...

E meus olhos chorarão poesias.

Mistérios.

Estou cercada por esta nuvem de segredos.

Alada.

Minha alma grita o desconhecido.

Explicita.

Possuo todos sentimentos do universo.

Suspiro uma verdade eminente

Que corre e escorre por entre minhas veias.

Tente me seguir...

Ouse me parar..

Tenho uma força que está para além das nuvens.

Degraus construídos de estrelas e sangue.

Livre.